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Saiba por que M A N I A, do Fall Out Boy, não funciona

Gabrielli Salviano e Michelly Souza

A temporada de lançamentos de 2018 está oficialmente aberta! Começamos o ano com “Underworld”, do Tonight Alive, e, agora, a novidade da vez é nada menos que o tão aguardado sétimo álbum de estúdio do Fall Out Boy, “M A N I A”.

O disco, que está circulando pela internet desde a noite de terça-feira (16) – e que você provavelmente já deve ter ouvido -, chega amanhã às lojas e plataformas digitais, mas quem garantiu o álbum pela pré-venda já está com ele em mãos.

O novo trabalho do Fall Out Boy traz dez inéditas, das quais cinco já se tornaram singles. O mais recente, “Wilson (Expensive Mistakes)”, foi divulgado semana passada. Sabe aquele meme “disappointed but not surprised”? Ele cabe direitinho ao falar de “M A N I A”. Em nossa lista de apostas para 2018, expressamos certas preocupações em relação ao novo álbum e, infelizmente, acertamos nesses pontos. Para o Not Dead!, "M A N I A” é o primeiro flop do ano.

Ao anunciar que o lançamento seria adiado em quatro meses, o vocalista Patrick Stump afirmou ser uma medida para garantir que os fãs recebessem um disco completo e com a qualidade que merecem. Se o sucessor de “American Beauty/American Psycho” tivesse chegado às lojas em setembro, segundo Patrick, o produto final soaria como algo feito às pressas.

No entanto, mesmo assim tivemos esse feeling. A primeira impressão é de que faltou coesão entre as músicas. O que se espera de um disco é que exista o mínimo de conexão entre as faixas, algo que direcione o ouvinte. “M A N I A” parece ser uma estrada cheia de encruzilhadas que levam a lugar nenhum.

Com quase duas décadas de estrada, é normal que o Fall Out Boy queira se aventurar por outras vertentes, algo que eles já tentaram e conseguiram fazer antes. A capacidade do grupo de trazer elementos de diversos gêneros e uni-los ao pop-punk é, inclusive, um dos motivos de gostarmos tanto da banda. Mas, dessa vez, não é possível sequer entender qual é a linha de pensamento e som que os caras decidiram tomar.

Algumas das músicas como Champion e “Wilson” são pontos de discussão na redação Not Dead!, há quem goste e quem simplesmente não consiga ouvir até o fim, seja pela letra ou melodia. Mas The Last Of The Real Ones e Hold Me Tight Or Don’tsão as favoritas sem qualquer dúvida. Elas trazem a essência do Fall Out Boy, com uma vibe pra cima, dançante, que gruda na cabeça sem ser cansativa e com uma boa aplicação de referências musicais diferentes. Pelo menos, nessas faixas é possível enxergar uma banda de rock em execução.

Em outras, como “Young And Menace” e “Sunshine Riptide”, a presença de sintetizadores é marcante ao ponto de deixar a voz de Patrick praticamente irreconhecível. Boas linhas de guitarra, baixo e bateria então, pode esquecer! Não lembram nem de longe o som de uma banda referência em pop-punk.

Mas, vai, existem pontos positivos. “Stay Frosty Royal Milk Tea”, por exemplo, é tão boa, que até engana quando damos play no álbum pela primeira vez, ao gerar grandes expectativas. Começa pesada, coisa que pouco podemos ouvir na discografia no Fall Out Boy, mesmo sabendo que a banda traz em seu line up um ótimo baterista de hardcore. A faixa também evolui ao pop de um jeito bem orgânico.

Mas fica apenas nisso. Depois dos singles, o disco fica uma bagunça, principalmente depois de chegar em seu momento gospel, com “Church” e “Heaven’s Gate”. Além de terem um excesso de Patrick Stump, as músicas têm letras esquisitas, cheias de metáforas um pouco inapropriadas.

Resumo de “M A N I A”? O Fall Out Boy está vivendo uma crise de identidade séria, que começou após o hiato. É um trabalho basicamente dispensável na discografia. Esperamos que o próximo seja melhor.

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