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Not Dead! entrevista: Super Whatevr

Gabrielli Salviano e Michelly Souza

2018 começou com tudo no mundo da música! Só o primeiro mês do ano já foi recheado de novidades e uma delas foi o lançamento de "Never Nothing", álbum de estreia do Super Whatevr, do qual falamos aqui.

Mas ouvir as músicas e dividir com vocês o que achamos delas não é o suficiente. O Not Dead! quis mais e bateu um papo com o cara por trás de tudo, Skyler McKee.

Na entrevista que você confere abaixo, que rolou enquanto ele estava preso no trânsito californiano, Skyler contou muita coisa interessante sobre os bastidores da gravação do debut, os gêneros e influências musicais que podemos perceber no disco e também sobre o contrato com a Hopeless Records.

Claro, também falamos um pouco sobre o Brasil. Aliás, quando perguntamos sobre uma possível passagem pelo país, Skyler disse que adoraria nos visitar, já que nunca imaginou levar a música para tantos outros lugares. Leia mais agora:

Not Dead: Oi, Skyler! Tudo bem?

Skyler: Tudo e com vocês?

ND: Tudo ótimo! Para começar, queremos saber como tem sido o feefback do público até agora em relação ao disco.

Skyler: Tem sido muito bom! Acabei de comprar uma revista comigo dentro, pela primeira vez. Se eu soubesse que iriam usar aquela foto teria feito outra pose, mas tudo bem!

Estou muito animado, as pessoas têm dito que o álbum flui do começo ao fim e isso é realmente importante para mim. Os únicos álbuns que eu realmente ouço são "Champ", do Tokyo Police Club, "Narrow Stairs", do Death Cab For Cutie, e "In Rainbows", do Radiohead. São os meus três preferidos pois consigo escutá-los por inteiro e em nenhum momento me sinto entediado ou desinteressado. As pessoas têm dito o mesmo sobre "Never Nothing", o que é o elogio mais importante e mais respeitoso que poderia ganhar. E também estão surgindo novos fãs, o que é muito legal!

ND: Você já começou a ver muitas caras novas nos shows então?

Skyler: Sim, quero dizer nós temos alguns super fãs, aqueles que compram todo merch e que sabem todas as músicas, o que é bizarro para nós e impressionante. Não somos uma banda com milhões de fãs, mas temos muitos jovens que são super animados com tudo e essa base tem crescido.

ND: Falando sobre o álbum, quanto tempo levou para compor as músicas como foi o processo criativo?

Skyler: Eu escrevi as faixas há cerca de cinco anos e trabalhei esse material por muito tempo. Depois de mostrar aos membros da banda foi um processo rápido. Quando fomos para o estúdio gravamos por oito dias e toda a mixagem e masterização aconteceu em um pouco mais de um mês.

ND: Você gosta desse processo mais rápido ou gostaria de ter tido mais tempo?

Skyler: Na verdade, eu queria fazer em menos dias. Eu quero continuar a me "pressionar" e fazer álbuns em menos tempo, porque, geralmente, o primeiro take é o melhor. Se você tem um mês para gravar, você vai usar cada minuto e eu não quero dizer que é perda de tempo, mas acho que não é um bom uso, então prefiro um processo mais rápido.

ND: E qual é sua música favorita do disco?

Skyler: Eu odeio todas! Na verdade, gosto de todas por motivos diferentes. "Loser" é uma que eu nunca devia ter gravado, diferente de "When Doesn't The Word End?", que tem um groove mais puxado para o rock alternativo e muitas das minhas influências estão nessa música. Já "Cops On Motorcycles", eu gosto pois queria fazer algo parecido com Black Sabbath e acho que consegui. "For You" escrevi para mim minha mãe então é uma que é importante para mim. "Why Do I Wonder Why" é sobre minha ex-namorada e escrevi na presença dela e ela não sabia, não é exatamente uma música legal nesse sentido. "Bloomfield" foi a música mais difícil que já escrevi, por isso gosto dela. Enfim, gosto de todas e também acho que são as piores ao mesmo tempo.

ND: "Kathrin With A K" teve uma ótima resposta do público. Qual é a história dessa faixa?

Skyler: Essa é uma música sobre relacionamentos que não são saudáveis, aqueles que você sabe que deveria fugir, mas acaba sempre voltando. É um pouco romântico e péssimo ao mesmo tempo. Eu escrevi em quatro minutos, meio que estava dormindo enquanto fiz. Acordei, compus e voltei a dormir. No dia seguinte, mostrei ao meu colega de quarto e ele disse que era a melhor canção que eu já tinha feito.

ND: E você concorda com isso?

Skyler: Absolutamente não! Apenas porque compus muito rápido. Não acho que seja tão profunda, mas as pessoas realmente gostam da melodia e se tornou uma das favoritas dos fãs. Acho que é uma música boa, mas não me conecto com ela tanto quanto os outros.

ND: Se tivesse que escolher apenas uma música para quem não conhece a banda, qual seria?

Skyler: Eu diria que é preciso ouvir todo o disco. Não acho que apenas uma possa mostrar tudo que estamos tentando expor. "Bloomfield", por exemplo, pode te dar uma amostra, já que se equilibra entre momentos tristes e felizes, mas, ainda assim assim, diria para ouvir todo o álbum. Ou talvez, escute "Bloomfield" e "Someone Somewhere Somehow" do EP (Good Luck). Acho que elas podem dar uma ideia do que é o Super Whatevr.

ND: Nós vimos algumas reviews e a maioria ressaltou o mix de influências diversas e a presença de emoções diferentes nas faixas. Você concorda? Aliás, você lê esse tipo de coisa?

Skyler: Leio! Elas meio que seguem um padrão, algo como dois pontos positivos e dois negativos. Concordo que o disco veio de um momento de tristeza, mas vejo como algo positivo, do qual você pode aprender com isso. De poder ajudar as pessoas dando um exemplo de como é possível lidar com os problemas e sair de uma situação ruim.

ND: O que mais te deixa orgulhoso em relação ao disco?

Skyler: Que está pronto! Eu nunca tinha gravado um álbum completo. Quando estávamos conversando com nosso produtor, ele achou que só faríamos dez canções, pois ficaríamos em estúdio por apenas dez dias, mas eu realmente queria fazer um disco com doze faixas,. Então estou muito feliz com a duração do disco e com fato de que está pronto. Estou animado, apenas isso e feliz.

ND: Como foi que você se envolveu com música?

Skyler: Meu pai teve uma crise de meia idade, comprou um baixo que nunca usou e passou para mim. Comecei a tocar e a participar de algumas bandas. Depois mudei para a guitarra, o que facilitou para compor.

ND: Quantos anos você tinha quando começou e quantas bandas teve até hoje?

Skyler: Eu tinha dez anos, participei de umas seis ou sete bandas. O Super Whatevr é a primeira que eu mesmo criei.

ND: Como conheceu os outros membros?

Skyler: Eu precisava de ajuda para gravar o EP e perguntei para vários estranhos se eles queriam tocar comigo.

ND: E como foi para transmitir o tipo de música que você queria fazer e chegar a um consenso com os demais?

Skyler: Foi muito difícil, eu não chamei meus melhores amigos, então foi um processo complicado.

ND: Queremos saber também como rolou a parceria com a Hopeless Records.

Skyler: Nós fazíamos residência em um bar local, tocávamos todas as segundas. Patrick, vocalista do Movements, veio em um desses shows e ele conseguiu que tocássemos em uma Emo Nite, que é um evento com uma base de fãs grande. Paralelamente, eu também estava fazendo alguns contatos com a ajuda de um agência de relações públicas e mandei um e-mail para o vice-presidente da gravadora, que me respondeu dizendo que tinha gostado do EP. Em seguida, tivemos uma reunião e um showcase (uma espécie de audição que as bandas fazem com a diretoria da gravadora para apresentar o trabalho) e, dois dias depois, já estávamos assinando os papéis e tem sido maravilhoso.

ND: As coisas aconteceram bem rápido...

Skyler: Sim, nós assinamos quando a banda tinha apenas oito meses.

ND: A Hopeless tem um catalogo composto majoritariamente por bandas de pop-punk. Você acompanha alguma delas? Elas te influenciam de alguma forma?

Skyler: A escolha pela Hopeless foi mais por saber como eles trabalham e o que eles fazem pelos artistas, não foi uma decisão baseada no gênero com o qual trabalham ou quem faz parte do casting. Eu respeito muito o modo como a Hopeless impulsiona as bandas para serem o melhor que podem. Veja o Neck Deep, desde o primeiro disco até o último. Eles cresceram e se encontraram e são muito bem estruturados musicalmente. Digo o mesmo sobre o novo álbum do Tonight Alive, que trouxe algo único.

ND: Então podemos esperar muita coisa para o futuro...

Skyler: Espero que sim! Eu trabalho em um restaurante e gostaria de trabalhar menos com isso e fazer mais shows. O disco vai seguir seu caminho e depois mais coisas virão, será um bom ano.

ND: E quais são os próximos passos?

Skyler: Nós vamos sair em turnê com o Movements, Can't Swim e Gleemer, o que é muito legal, pois seria um show que pagaria para ver e estou contente por poder fazer parte disso. Nós também temos algumas coisas que devem sair em breve: novo merch, mais vídeos... nós queremos fazer o máximo que pudermos.

ND: E para terminar, você gostaria de deixar algum recado para quem vai ler essa entrevista?

Skyler: Me mandem mensagem pelo Instagram do Super Whatevr e me digam de onde são. Ainda não acredito que tem pessoas do Brasil que escutam minha música...

ND: Quem sabe você pode vir tocar para nós em breve...

Skyler: É... Quem sabe? Eu adoraria!

E nós também! Com certeza! Então se lembrem de mandar um "oi" para o Skyler pelo @superwhatevr e continuem acompanhando o Not Dead! para saber todas as novidades sobre a banda.

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