Se nesse momento estivéssemos em 2011, o All Time Low estaria em meio a uma situação esquisita. De um lado, muitos fãs surgindo e um grande hype por causa de seu primeiro disco em uma grande gravadora, a DGC Records (uma divisão da Interscope/Geffen). Do outro, muito ódio direcionado a esse novo trabalho, que era bem mais pop e mainstream, e simbolizava um primeiro passo para fora da clássica Hopeless Records.
Mas vamos combinar: o All Time Low sempre pendeu para esse lado. Por isso, queremos usar esse texto para desmistificar “Dirty Work” e falar que sim, este é um dos melhores discos da discografia dos caras e que o fato de ser mais pop não tira em nada o mérito desse trabalho! Separamos alguns motivos:
1. Parceria com grandes compositores:
Grande parte das 15 faixas que compõem “Dirty Work” traz mais que Alex Gaskarth nos créditos das composições. Listamos aqui nomes marcantes que têm espaço no encarte do álbum.
Para começar, Mike Green, grande produtor da cena assina faixas como “Do You Want Me (Dead?)”, “Guts”, “Under A Paper Moon”, “A Daydream Away” e “Get Down On Your Knees And Tell Me You Love Me”. Matt Squire, outro grande produtor de bandas de pop-punk, mas que também transita pelo pop, ajudou a compor faixas como “Time Bomb”, “That Girl” e “My Only One”. Já John Feldmann, antecedendo a parceria de “Future Hearts”, aparece no álbum nos créditos de “Heroes”.
Entre os compositores mais famosos, destacamos também nomes de MUITO respeito. Rivers Cuomo, dono de grandes hits com o Weezer e outros artistas, assina “I Feel Like Dancin’”. Pierre Bouvier e Chuck Comeau, do Simple Plan, também ajudaram na composição de “Time Bomb”, com Mike Green e Alex. Por fim, mais de fora do mundo punk, destacamos também o cantor de R&B Terius Nash, o The-Dream, que colaborou em “No Idea”.
2. Clipe de “I Feel Like Dancin’” é uma sátira genial
O All Time Low é uma banda que costuma caprichar bastante nos clipes, salvo algumas exceções. Em “Dirty Work”, o vídeo que mais se destaca é “I Feel Like Dancin’”. Nele, a banda satiriza o formato de clipes do mainstream com mulheres seminuas, excesso de propaganda e, claro, plágio!
Mas a sátira não começa aí. Usando metalinguagem, o clipe já começa com os caras ironizando a ideia de primeiro clipe em uma grande gravadora e o mito de produtores “manipuladores” e “controladores”.
3. Nessa época o All Time Low vivia seu auge no quesito “letras irônicas e engraçadas de relacionamentos fracassados”
Uma das características mais marcantes das músicas do All Time Low são as letras irônicas e engraçadas sobre relacionamentos fracassados. A partir de “Don’t Panic”, os lançamentos mal seguem essa linha. Mas entre “Nothing Personal” e “Dirty Work”, a maioria das letras dos caras tem essa identidade.
No álbum, vamos destacar alguns clássicos como “Do You Want Me (Dead?)”, “Forget About It”, “Just The Way I’m Not” e “Get Down On Your Knees And Tell Me You Love Me”. Apesar de aprovarmos a evolução lírica do All Time Low, não vamos negar que esse estilo de composição faz muuuuita falta!
4. Algumas das melhores composições da banda estão nesse disco
Para quem não gosta dessa linha de composição de Alex Gaskarth, a partir de “Dirty Work” conseguimos ver plena evolução criativa. No álbum, Alex traz músicas mais complexas, que o próprio coloca na sua lista de melhores criações até hoje, como “Guts”, ”Time Bomb”, “Under A Paper Moon” e “Return The Favor".
5. Return The Favor: o grande hino para Demi Lovato
Um dos pontos mais polêmicos deste álbum é a possível música que Alex escreveu para Demi Lovato, após um rolo que teria acontecido entre os dois em 2010. No entanto, Alex nunca confirmou a teoria. Mas a questão é que não dá para negar: “Return The Favor” tem muitas referências a letras de Demi Lovato e o vocalista do All Time Low disse uma vez a RockSound que algumas pessoas seriam capazes de pegar o significado da letra no ar.
6. Hino de Natal
Por mais que “Dirty Work” tenha saído no dia 6 de junho, o disco traz uma track de Natal que virou um clássico obrigatório nas playlists natalinas: “Merry Christmas, Kiss My Ass”. Mais tarde, em dezembro do ano do lançamento, a faixa ganhou um clipe super engraçado, com um fantoche de protagonista.
7. Encarte genial
O All Time Low costuma caprichar no encarte de seus álbuns, seja com projetos gráficos interessantes, boas ilustrações ou com fotos incríveis. No caso de “Dirty Work”, o encarte é extremamente engraçado. As fotos foram feitas pelo fotógrafo Miko Lim, que chegou a trabalhar com Wiz Khalifa. Elas mostram uma noite que foi bem LOUCA.
8. Melodias mais ricas
Considerando que até então com seus três primeiros discos o All Time Low mantinha a estrutura clássica de guitarras, baixo e bateria, e, eventualmente, usava a ajuda de sintetizadores, em “Dirty Work” isso muda. Os arranjos contam com cordas, pianos, entre outros instrumentos que só enriquecem as músicas.
9. Todas as tours que envolvem o álbum foram um must go
Entre todo o período de divulgação de “Dirty Work”, o All Time Low entrou em tour com algumas das melhores bandas de pop-punk. Os caras dividiram palco com A Rocket To The Moon, The Maine, Hey Monday, Yellowcard e Young Guns. Destacamos uma turnê em especial. Entre julho e agosto, na tour americana de verão “Gimme Summer Ya Love” rolou um line-up com Mayday Parade e We Are The In Crowd como abertura na maioria das datas, mas com aparições de The Starting Line, Cartel, The Cab e Brighter em algumas cidades.
10. As várias críticas deram origem a um dos melhores álbuns do All Time Low “Don’t Panic”
O baterista Rian Dawson, em entrevista para o 8123 Podcast, de Pat Kirch e Garrett Nickelsen, do The Maine, afirmou que por mais que as pessoas criticassem o “Dirty Work” e se questionassem sobre o futuro do All Time Low, na verdade, os integrantes não percebiam o que estava acontecendo. Segundo Rian, o clima da banda durante essa fase era ótimo. Mas, depois de tanta insatisfação do público, foi preciso retornar às raízes e entregar um disco que refletisse a identidade inicial dos caras. Foi assim que surgiu “Don’t Panic”, que, inclusive, foi lançado sem apoio de nenhuma major, de volta à casa do All Time Low, a Hopeless Records.