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Faixa a faixa: A Familiar Love - Shaded

Michelly Souza

Em um curto período, muita coisa aconteceu com o Shaded, trio de pop-punk formado por Matt East (vocalista), Callum Irons (guitarrista) e Dan Bradberry (baixista) em Surrey, Inglaterra, no ano passado.

De lá para cá, rolou o lançamento do primeiro EP, um contrato com a Common Ground Records, além de uma tour com Boston Manor, só para citar alguns marcos. E, agora, eles estão a poucos dias de estrear material novo.

"A Familiar Love" sairá nesta sexta-feira e o Not Dead! pôde ouvir o EP com exclusividade antes do lançamento e conversar com Matt, sobre o trabalho que mostra um clara evolução em comparação a "The Better Man In Me" (2017).

Em termos de produção é mais polido e melhor mixado. Também é possível notar em quais pontos o novo produtor deu notas e testou os limites dos músicos. De acordo com Matt, trabalhar com alguém que é conhecido por ter bandas com estilo mais pesados em seu currículo foi exatamente o que Shaded precisava para preencher a lacuna entre os dois EPs.

Melodicamente, a divisão entre pop e punk é bastante nivelada entre as cinco faixas, o que combina com as nuances trazidas pelas letras, que estão mais pessoais e honestas. "Há um tema proeminente em todo o EP, um ponto de ligação entre cada música. Eu nunca fui de falar sobre o que se passava em minha cabeça até o começo do processo de escrita. As faixas foram baseadas em diferentes fases do meu relacionamento anterior e foram inspiradas pelas emoções e sentimentos do dia a dia. É uma loucura o quanto de consolo você encontra escrevendo as coisas em um pedaço de papel, o sentimento é de como se um peso tivesse sido tirado de mim. Quando comecei a escrever essas músicas aprendi que dizer o que você quer para as pessoas não é tão assustador quanto parece e, no meu caso, foi realmente terapêutico”.

Essa veracidade está presente desde “Dream Girl”. A primeira música mantém a mesma energia e o estilo clássico de pop-punk muito presente no último EP, mas já apontando mudanças e crescimento do trio. Com fortes instrumentais, marcados principalmente pela bateria e guitarra, um refrão chiclete e letra com a qual qualquer um pode se relacionar, o tom da produção fica evidente.

A transição para "A Familiar Love" vem de forma suave. A faixa título foi o segundo single lançado e, de acordo com Matt, fica no lado mais sombrio dos novos sons. O timbre rouco do vocalista combinado com uma melodia que transita em diferentes níveis traz como resultado uma canção fácil de de ouvir.

Em seguida, temos "Tell Me", música com muitas camadas, tanto que, não por acaso, foi escolhida para apresentar a nova fase aos fãs. Você pode nunca ter ouvido falar de Shaded antes, mas sempre que essa faixa aparecer, é impossível não parar e dar um pouco de atenção.

"Dead Feelings" é o destaque do EP, pelo menos para nós. Uma montanha russa musical, na qual a banda flerta com rock progressivo, nos guia ao pop e quando estamos nos acostumando com essa vibe somos levados de volta ao peso e intensidade anterior. É algo que surpreende por funcionar tão bem. Outro ponto chave é o vocal que, ao longo de todo CD está afinado, mas que nesta faixa, em particular, mostra o alcance e diversidade do frontman.

Por fim, se começar um registro bem não é tarefa fácil, finalizá-lo então é um desafio ainda maior. Com "You", uma música pronta para o rádio, rápida com alguns momentos off beat e um refrão cativante, que deixa a sensação "quero mais" depois da última nota, a missão é cumprida com sucesso.

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