Mesmo antes do Not Dead! ganhar forma uma missão muito clara foi definida: apoiar e divulgar novos nomes o quanto fosse possível.
E, foi enquanto procurávamos por adições de bandas para nossas playlists que encontramos Shaded, um trio inglês cujo segundo EP, “A Familiar Love”, saiu hoje pela Common Ground Records.
Lançado há um ano, o trabalho de estreia, "The Better Man In Me", foi escrito e produzido seguindo um objetivo simples: o desejo dos músicos de tocar pop-punk. Agora, depois uma série de experiências pessoais, alguns meses na estrada e fazendo parte de uma cena cada vez mais solida, a banda diz ter encontrado seu som e o caminho pelo qual querem seguir.
Às vésperas de iniciar turnê ao lado do Wolf Culture, o frontman Matt East separou um tempo para responder algumas perguntas sobre “A Familiar Love”, o pop-punk britânico e mais, confira:
Not Dead!: Oi, Matt! Antes de tudo, queremos saber quais as principais mudanças ao compor e produzir este EP em comparação ao anterior?
Matt East: Eu acho que nosso primeiro EP foi definitivamente um retrato preciso de onde estávamos como banda naquele momento. Não me entenda mal, nós ainda adoramos aquelas músicas e estamos orgulhosos de tudo que conseguimos e onde o EP nos levou. Mas o ponto que atingimos agora, como compositores e músicos, não há comparação.
Acho que a principal diferença entre entre eles foi que com o EP1, sabíamos que queríamos ser uma banda de pop-punk, e foi isso. Sim, nós experimentamos um pouco com a pós-produção e vários instrumentos adicionais, mas estruturalmente e musicalmente, nós éramos uma banda pop-punk. Avançando alguns meses, escrevendo o EP2, sabíamos que queríamos ir um pouco mais longe, então, puxando de nossas influências, naturalmente veio um som e estilo mais polido, até mesmo mais pop.
Not Dead!: E como foi o processo criativo? Quem vem com o conceito das músicas e como vocês trabalham com isso?
Matt: Isso depende. Callum e eu dividimos os deveres de escrever com muita frequência. Um de nós apresenta um riff ou uma sequência de acordes e depois passamos algumas horas desenvolvendo isso em uma faixa totalmente estruturada. Eu prefiro criar o instrumental primeiro, em seguida, trabalhar com letra e melodia, pois me dá maior liberdade, ao invés de escrever cegamente letras sem ritmo ou chave. É assim que sempre compomos e parece ter funcionado para nós até agora (risos)!
Not Dead!: O que você espera que as pessoas tirem dessas músicas?
Matt: Uma conexão. A mesma conexão que eu sinto e senti por todas as faixas e artistas que me influenciaram ao longo dos anos e subconscientemente me levaram para onde estou agora. Se essas músicas são capazes de se conectar com as pessoas e fazer com que elas sintam algo, nós realizamos tudo o que queríamos com este EP, na minha opinião.
Not Dead!: Desta vez, as letras estão muito mais pessoais. Você se sente confortável se abrindo assim com estranhos ao redor do mundo?
Matt: Definitivamente. Ao escrever eu jurei honestidade em cada composição e foi a melhor decisão que tomei. Abrir-se com as pessoas e perceber que o que você está sentindo é real e não apenas ficção em sua mente é algo que foi tão terapêutico para mim e levou essas músicas para outro nível em comparação com qualquer coisa que tínhamos feito até então.
Not Dead!: Sentimos que vocês exploraram outros gêneros desta vez. Como base do pop-punk, há elementos do pop mas também um pouco com rock progressivo, pelo menos aos nossos ouvidos. Onde você buscou inspiração para as melodias?
Matt: Naturalmente, as melodias vêm das minhas raízes pop. Toda a minha vida fui um grande fã de pop e R'n'B e é onde tiro 99% das minhas influências. Eu acho que a bateria neste disco é definitivamente mais pesada e segue um estilo mais progressivo e é isso que torna este EP tão diverso. Cada instrumento tem algo único. As partes de guitarra do Callum são fortemente influenciadas pelo blues, enquanto a bateria é bastante técnica e pesada e os vocais são derivados de influências pop, então eu acho que há bastante coisa para ouvir e amamos isso.
Not Dead!: E quanto às suas influências pop? Eu li que você é grande fã do Little Mix.
Matt: (Risos) Isso foi na verdade uma piada que fizemos em uma entrevista para o nosso primeiro EP. Não me entenda mal, o Little Mix tem alguns hits absolutos. Há tantos que me influenciaram ao longo dos anos, mas para esse EP, eu diria que LANY e Lauv tiveram um papel bastante influente.
Not Dead!: Quais são suas faixas favoritas?
Matt: "You" é a que todos nós escolhemos sempre que somos questionados. É tão cheia de vida de muitas maneiras e há tantas camadas para essa música, estrutural e musicalmente. Mais uma vez, a bateria é bastante técnica, enquanto as partes de guitarra e baixo são mais off-beat. Os vocais são muito divertidos de se trabalhar e brincar ao vivo também. Depois de "You", eu provavelmente diria que "Dream Girl" é vice-campeã.
Not Dead!: Sobre os singles, o que foi levado em consideração e o quê os fez escolher "Tell Me" e "A Familiar Love"? Além disso, como foi o feedback?
Matt: "Tell Me'" foi uma ótima música como ponte entre o nosso primeiro EP e para introduzir lentamente os fãs e ouvintes para o novo som e direção que estamos indo. Já "A Familiar Love" é uma das faixas mais densas no EP e queríamos mostrar às pessoas a diversidade do que temos a oferecer.
O feedback em ambas as faixas tem sido bastante impressionante, na verdade! Nós definitivamente não esperávamos ver o amor e o crescimento que fizemos. Por isso, espero que as pessoas gostem do trabalho inteiro tanto quanto dos singles!
Not Dead!: Mudando um pouco a conversa, como está a cena pop-punk no Reino Unido? O público está aberto a novos nomes?
Matt: Está expandindo no momento! Estamos em um bom ponto em que muitas bandas de maior destaque estão fazendo a transição para os Estados Unidos. Isso abriu uma grande quantidade de oportunidades de turnê para as bandas menores.
Not Dead!: Pensando no futuro, com quais bandas ou produtores vocês gostariam de trabalhar?
Matt: Seria muito legal trabalhar com Taylor Larson. Ele está atualmente fazendo um monte de trabalho de produção de synth pop com o The Evening, então ter esse tipo de abordagem em futuras faixas seria ótimo.
Not Dead!: E para finalizar, quais são os próximos passos?
Matt: No curto prazo, o foco está na divulgação do EP na tour com o Wolf Culture. Fora isso, nada que possamos falar muito ainda, mas temos alguns meses com coisas interessantes vindo!
Gostou? Então é hora de conferir o resultado. Ouça "A Familiar Love":