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Veredito: As apostas de 2018

Gabrielli Salviano e Michelly Souza

2017 deixou claro que o pop-punk está vivo e retomando força. Já 2018 chegou para colocar o jogo em outro nível. Foram muitos os lançamentos internacionais, tantos que em alguns momentos foi difícil acompanhar o fluxo de novidades e, em breve, vamos falar sobre isso.

Mas, agora, o papo é outro. Há um ano, o Not Dead! escrevia sobre o que esperar para este ano. Neste texto, vamos dar o veredito final das nossas apostas.

1. State Champs

Nossa maior aposta para 2018 era o tão aguardado terceiro disco do State Champs. Na época, o que sabíamos era que a produção teria nomes como John Feldmann, Mike Green e Kyle Black, além das colaborações de Alex Gaskarth nas composições.

Nossos acertos pararam por aí, já que em “Living Proof” o quinteto de Albany decidiu sair da zona de conforto e arriscar outros caminhos enquanto buscava manter a essência da banda. O que dividiu bastante a opinião dos fãs.

Se você faz parte do grupo que prefere um pop-punk raiz, com melodias rápidas e canções agitadas, “Living Proof” provavelmente não foi um dos acertos do ano. Desta vez, o State Champs priorizou faixas mid-tempo ou com pegada mais pop, as exceções são “Criminal”, “Crystal Ball” e “Lightening”, que se aproximam do som antigo da banda. Já para aqueles que abraçam mudanças e experimentos, o álbum foi a pedida certa, pois os novos elementos resultam em um trabalho diverso, coeso e agradável de ouvir.

2. Real Friends

Em breve, vamos poder ouvir “Composure” ao vivo, já que o Real Friends desembarca no Brasil em fevereiro pela primeira vez para divulgar o recente lançamento, que, aliás, é um dos melhores do ano.

A banda conhecida pela carga emocional de suas composições trouxe mais uma vez um disco com letras fortes, que retratam as dificuldades enfrentadas pelos músicos. Em especial, o vocalista Dan Lambton colaborou ainda mais na criação das faixas, usando espaço como válvula de escape para falar de sua saúde mental.

O diferencial está na forma em que essas questões foram apresentadas. A maioria das faixas traz melodias animadas que contrapõem a densidade das letras. Sem falar que a banda também abandonou alguns de seus clichês, como o clássico “sleepy eyes and bony knees”.

3. Tonight Alive

O Tonight Alive tinha como desafio do seu quarto disco de estúdio arriscar e ousar sem causar estranhamento na sua base de fãs ou nos seguidores da cena.

Depois de discos mais seguros, como “What Are You So Scared Of?” e “The Other Side”, além de uma viagem bem estranha nas músicas de “Limitless”, a banda australiana soube explorar da melhor forma o amadurecimento poético de Jenna McDougall no novo álbum.

Em “Underworld”, a banda também mostrou lidar bem com a saída de um dos integrantes e trouxe ótimas colaborações, como Corey Taylor de um jeito pouco convencional, além de Lynn Gunn, do PVRIS.

4. Waterparks

Double Dare” foi uma estreia marcante e difícil de superar, mas o Waterparks fez de “Entertainment” um bom sucessor. É importante entender o propósito do disco: criar uma ponte entre o som que lançou o trio para o mundo e aquele para o qual estão caminhando. O conjunto apresentado em “Entertainment” traz ao mesmo tempo uma sensação de continuidade e evolução.

Enquanto a carga de energia, refrões e melodias catchy e ironia sigam presentes, o amadurecimento de Awsten Knight como vocalista e compositor é nítido, assim como a vontade dos músicos de explorar cada vez mais o pop eletrônico. Mas ainda assim, a banda se sentiu pouco confortável com o lançamento e acelerou a sua promoção, anunciando estar pronta para uma outra etapa.

Portanto o próximo álbum, com estreia prevista para 2019, deve representar um novo passo do Waterparks em direção ao posto deixado em aberto por bandas como Cobra Starship e Forever The Sickest Kids.

5. Dashboard Confessional

Foram nove longos anos de espera por material inédito do Dashboard Confessional, por isso a chegada de “Crooked Shadows” veio acompanhada de muitas expectativas. E é exatamente o alto padrão esperado que fez do disco algo aquém do que o público pedia.

Chris Carrabba segue como um ótimo compositor e vocalista, algumas faixas como “Belong” e “Just What To Say” trazem uma nova roupagem ao som conhecido. Só há, porém, um destaque do álbum, “Open My Eyes”, pela presença da violinista Lindsey Stirlingins no intrumental, algo incomum para o gênero. Mas, de modo geral, o que foi apresentado não tem inovações e se torna esquecível em meio aos muitos outros lançamentos de 2018.

6. Fall Out Boy

Mais um, senão o maior, divisor de opiniões do ano, “M A N I A” do Fall Out Boy não agradou os ouvidos da redação do Not Dead! principalmente por entregar referências e estilos diversos ao longo da tracklist sem um fio condutor ou elo evidente. O quê, para muitos, foi exatamente o ponto de destaque da produção.

A lição que fica deste lançamento é a necessidade de se desprender da banda que conhecemos no início dos anos 2000. Os músicos deixam claro que almejam um patamar mais alto na indústria e para isso não se deixam enquadrar em gêneros.

E apesar do grupo retomar alguns traços da sonoridade antiga em “Lake Effect Kid”, o que temos ouvido desde o fim do hiato e que deve persistir nos próximos álbuns é um som que pode ser descrito apenas como “Fall Out Boy".

7. Mayday Parade

Outro forte candidato ao posto de melhor álbum do ano é “Sunnyland”, que resgatou um Mayday Parade que há muito não ouvíamos.

Guitarras distorcidas, baterias de peso, violões dedilhados, vocais crus e carregados de emoção são os elementos em evidência no último trabalho do quinteto.

Sunnyland” consegue trazer à tona as raízes da banda com um toque de novidade e evolução. A sequência em que as faixas são apresentadas levam o fã por uma viagem sensorial comandada pela voz inconfundível de Derek Sanders.

8. The Wonder Years

Apesar de ter lançado um álbum com pouco impacto a longo prazo, o The Wonder Years entregou aos fãs um disco muito intenso emocionalmente e muito bem trabalhado do ponto de vista do marketing.

As semanas que antecederam o lançamento, foram marcadas por cartas misteriosas para fãs de todo o mundo, além de lambe-lambes pregados em cidades estratégicas do globo e jogos bem misteriosos.

Após a divulgação oficial, o que chama atenção é a intensidade das melodias, que acompanham o vocais rasgados e as letras sinceras de maneira bem coesa.

9. Handguns

O Handguns precisou colocar a casa em ordem depois de algumas brigas e esse processo de reconstrução afetou a agenda de 2018.

Em junho, “Death Cheater”, primeiro single de “When The Light Burns Out” ganhou clipe. Mas por enquanto essa é a única novidade da banda.

O álbum segue sem uma data oficial de divulgação, mas se a inédita for indício do que está por vir, o próximo trabalho do quinteto será um clássico pop-punk.

10. Never Too Late

Nossa aposta nacional segue neste posto mais alguns meses. O sucessor de “No Return” estava agendado para este ano, mas a Never Too Late encontrou outros planos e as novidades chegam apenas em 2019. Os motivos para o delay? Isso a gente conta em outro texto!

Por hora, podemos adiantar que a espera vai valer a pena! Durante nossa entrevista com o produtor Gab Scatolin, pudemos ouvir alguns snippets das novas músicas! Foi bem pouquinho, mas o suficiente para ter certeza de que um dos principais nomes do pop-punk brasileiro vem com força em 2019 para consolidar ainda mais a cena.

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