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Ambicioso. É assim que escolhemos definir o último trabalho do ROAM.
Com dois lançamentos anteriores que se encaixam completamente nos moldes do pop-punk, o quinteto decidiu que era o momento de mexer com as estruturas da banda.
Agora, pela terceira vez apresentando material inédito, eles jogaram os conceitos e expectativas pela janela e apostaram todas as fichas em um som cheio de referências dos anos 1990 e sem se preocupar com a vontade externa.
Nós enviamos algumas perguntas para Alex Costello, a voz principal do ROAM, para saber detalhes de como "Smile Wide" ganhou vida. Leia abaixo:
Not Dead!: Parabéns pelo álbum, nós adoramos! Como estão se sentindo com o feedback?
Alex: Estamos muito animados! Sinto que a única maneira de realmente saber quão bem um álbum ou música é aceito é ao tocarmos para uma platéia. Estamos muito empolgados pelos shows e para apresentar o material novo ao vivo.
Not Dead!: Mesmo sem a resposta ao vivo já conseguem identificar as faixas favoritas dos fãs? Alguma delas te surpreendeu?
Alex: Acho que as que mais se destacaram são "Toybox' e "Turn". "Toybox" foi a última música a entrar no disco e acabou substituindo uma das minhas favoritas no álbum. É uma canção bem elaborada e com um ótimo tema. Já "Turn", sempre soubemos que seria especial.
Not Dead!: Depois de três CDs fica mais fácil lidar com as expectativas, tanto pessoais quanto dos fãs?
Alex: Eu espero que este álbum surpreenda as pessoas. Direi apenas isso.
Not Dead!: Mesmo antes do lançamento tivemos a sensação de que esse seria um trabalho mais diversificado, pelos singles divulgados. Com quanto tempo de antecedência foram feitas as escolhas?
Alex: Foi um processo muito difícil. Demoramos algumas semanas pois sentíamos que qualquer uma delas tinha potencial.
Eu não esperava que "Piranha" fosse single, mas o último riff é tão fascinante. Já com "Hand Granade" sempre sentimos ser um forte candidato. Acho que só primeiro single, "I Don’t Think I Live There Anymore", foi a única decisão fácil. Nós queríamos trabalhar essa música por ela sintetizar muito bem o disco.
Not Dead! Essas escolhas foram propositais para preparar os fãs para um ROAM sonoramente mais amplo? Dessas você uma preferida?
Alex: Sabíamos que queríamos mudar, quer os fãs estivessem prontos ou não.
Tem um trecho de "Piranha" que diz 'sim, seu bolso cheio de coisas que realmente não importam agora' e é meu preferido.
Essa é uma referência ao surto de Peste Negra na Inglaterra dos anos 1300, quando as pessoas que tinham a doença andavam com os bolsos cheios de flores para que o perfume fosse um disfarce. Em nossa música dissemos que você está basicamente morto porque está prestes a ser comido por uma piranha então não importa o quê você tenha ou quais disfarces tente usar, não adianta.
Not Dead!: Algumas letras parecem expressar um desejo de explorar outros rumos, como em 'I Don’t Think I Live There Anymore'. Entendemos esse conceito certo?
Alex: Nós gostamos de mergulhar nas composições e nos esforçar com novos conceitos líricos. Essa música em questão partiu da ideia de ter uma experiência fora do corpo.
Not Dead!: Quanto material bruto vocês tinham e quanto tempo levou para finalizar a tracklist?
Alex: Nós já tínhamos quase finalizado as composições quanto fomos para o estúdio no Texas, apenas algumas letras ou melodias estavam faltando. Tivemos que dispensar duas músicas e ficamos surpresos com quais foram elas.
Os arquivos de voz e texto nos nossos celulares estavam cheios de idéias que não foram para frente. Uma das canções que pensamos em abandonar foi "Turn", até que alguém da gravadora nos disse que era brilhante e devíamos continuar trabalhando com ela. Fico feliz que tenhamos insistido pois tenho muito orgulho dessa faixa.
Not Dead!: E o que vocês levaram em consideração ao pensar na ordem em que elas aparecem?
Alex: Eu gosto que o começo seja cheio de energia mas também que os singles fiquem em partes diferentes da tracklist para que os fãs ouçam o álbum como um todo. Quando decidimos colocar "Turn" como a última foi um pouco polêmico, eu acho.
Not Dead!: Quais foram as melhores e piores partes de fazer esse disco? Mudaria algo no processo?
Alex: A melhor parte foi estar no Texas durante a temporada de Sol e calor ao lado de um produtor incrível. Machine [responsável também por "The Great Depression" do As It Is, "Enemy of the World" do Four Year Strong, entre outros] é um cara tão positivo e exatamente a pessoa que precisávamos ao nosso lado. Experiências ruim? Não tivemos nenhuma.
Not Dead!: O que ou quem nós deveríamos escutar para entender o que os influenciou nesse trabalho?
Alex: Acho que nos aprofundamos na influência dos anos 90. Descobrimos sobre essa banda chamada "Presidents of the United States of America". Eles eram brilhantes e divertidos.
Not Dead!: A Kerrang Magazine fez uma comparação entre vocês e o Neck Deep, dizendo que 'Turn' poderia representar um momento de mudança e crescimento para vocês como 'In Bloom' para eles. O que passa pela cabeça quando algo assim é dito? Essas comparações incomodam?
Alex: Neck Deep é uma banda excelente com caras ótimos então é legal que tenham dito isso. "In Bloom" é incrível então acho que só posso dizer obrigado.
Not Dead!: Por fim, quais são os próximos passos? Algum deles aponta na direção do Brasil?
Alex: Queremos ir o mais rápido possível. Eu sei que há público aí para o ROAM. Vejo vocês em um ano, quem sabe. Vamos fazer acontecer!
Alex não brinca com nosso coração assim! Será que já podemos ter esperanças de anuncio em breve?
Enquanto o desejo ficar no ar, a gente se prepara para uma possível turnê ao som de "Smile Wide".