O Waterparks é uma das bandas da nova geração do pop-punk que nós apostamos de verdade! E, hoje, a banda voltou com uma novidade: o lançamento do segundo disco de sua carreira, “Entertainment”, produzido por Benji Madden, do Good Charlotte.
Mais irônicos e eletrônicos do que nunca, os caras voltaram com tudo e entregaram um disco que atende às altas expectativas deixadas pelo antecessor “Double Dare”. Ou seja, o novo disco tem os hits que a gente pedia, com toda a originalidade do Waterparks e com uma dose de mudanças.
Por isso, é bom avisar: “Entertainment” não segue a fórmula do antecessor. Mas, por outro lado, faz uma transição bem gradual entre os trabalhos antigos do Waterparks e a nova sonoridade que o trio está buscando, algo mais próximo ainda do pop eletrônico.
A primeira música que nos anunciou a era “Enterteinment”, foi “Blonde” - single super catchy, ainda nos moldes de “Double Dare”. Nesse ponto, ela anda lado a lado de faixas como “Peach (Lobotomy)” e “Rare”. Essas três músicas parecem que foram feitas com um único objetivo: fazer todo mundo cantar e dançar junto, por causa de suas melodias marcantes.
Também dá para encontrar resquícios de “Double Dare” nas letras de outras fauxas do “Enterteinment” que a princípio se mostram completamente diferentes da vibe do primeiro disco. “Crybaby”, por exemplo, é uma uma música 100% eletrônica, mas que faz referência a “Gloom Boys” no verso seguinte:
“Nothing, nothing good comes from late night thinking
I thought I told you it's that gloom boy season”
“TANTRUM”, a faixa mais criativa, pesada, irônica e raivosa do álbum é como se fosse uma continuação de “Little Violence”, do disco anterior. Ela também faz conexões claras nos versos:
“I'll shave my blue hair
Burn the rest of two dares”
Podemos continuar falando de “TANTRUM”? Ela é provavelmente a melhor música já feita pelo Waterparks. A construção melódica é extremamente criativa! Além dos vocais manipulados de Awsten, a banda traz alguns versos recitados pela “voz” de aplicativos de assistente pessoal, como a Siri. E por mais eletrônica que a faixa pareça, as guitarras de Geoff Winington são protagonistas.
Outro destaque de “Enterteinment” é “Not Warriors”. A música faz uma transição bem suave depois de “We Need To Talk” e faz algumas referências entre as faixas novas:
“I think I'll die obsessed
Let's give up fighting back
You don't need to grip the best
Because we're lucky people
And you'll never have to sleep alone”
Mas também queremos falar sobre os pontos baixos: apesar de representar um progresso, “Enterteinment” fica bem atrás de “Double Dare” no quesito “empolgar no primeiro segundo após o play”. O que queremos dizer com isso? Basta comparar a abertura dos dois discos. Você com certeza será mais contagiado por “Hawaii (Stay Awake)” do que com “11:11”.
Outro ponto negativo fica por conta da irônica “We Need To Talk”. Apesar de a faixa funcionar super bem individualmente, ela não parece encaixar muito bem no contexto em que está no álbum. A música quebra o clima pra cima construído por “Blonde” e “Peach (Lobotomy)” e ficaria um pouco melhor numa reta final.
Mas o saldo final é bastante positivo. O Waterparks conseguiu se consolidar com este segundo lançamento e inserir aos poucos novas referências de som, sem fazer uma ruptura muito brusca - coisa bem arriscada a se fazer, vide Fall Out Boy. Além disso, “Enterteinment representa um amadurecimento de Awsten, Geoff e Otto Wood como músicos. Dê uma chance ao trabalho, vale a pena!
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