Not Dead! entrevista: Story Untold
- Gabrielli Salviano e Michelly Souza
- 28 de fev. de 2018
- 5 min de leitura

Canadá já nos deu ótimos artistas de pop-punk ao longo das últimas décadas. Nomes como Sum 41, Avril Lavigne e Simple Plan vêm do país mais gelado da América e tomaram o mundo com seus hits. Agora, anos depois, mais uma banda canadense vem se destacando na cena. Falamos do Story Untold, que vem de Montreal, Quebec, e está divulgando o primeiro disco da carreira.
Lançado pela Hopeless Records, selo do próprio Sum 41, "Waves" é um dos melhores lançamentos de pop-punk de 2018. Além de contar com características do gênero que já conhecemos e letras bem pessoais, traz músicas que flertam com o alternativo e que mostram um crescimento em relação ao primeiro EP. "Waves" de fato é um debut de respeito!
E pra falar do recém-lançamento, Janick Thibault, o vocalista do Story Untold respondeu a algumas perguntas por e-mail. Eles nos contou sobre como foi produzir o debut e sobre o que podemos esperar da banda daqui pra frente, além de abrir o jogo sobre a história de algumas faixas. Confira:
Not Dead: Como tem sido a resposta do público até agora? Janick: Acho que a resposta tem sido boa até agora! As pessoas têm gostado do álbum e o mais legal é que cada um tem uma música favorita, o que é um bom sinal. Nós estamos muito felizes com a reação dos fãs.
Not Dead: Quais as principais mudanças entre o EP e o álbum? Janick: O álbum é muito mais maduro do que o EP. Pessoalmente, acho que o EP era puramente pop-punk, enquanto o disco tem uma vibe alternativa também. É claro que faixas como “California” e “Up 2 You” soam mais como nosso trabalho passado, mas o objetivo era se destacar do que existe no mercado. Isso também tem relação ao fato de que nós crescemos como indivíduos e não necessariamente escutamos o mesmo tipo de música que ouvíamos há dois anos.
Not Dead: A maioria das faixas tem letras muito pessoais. Como se você se sente expondo esses sentimentos e emoções para tantas pessoas? Janick: Honestamente, é um ótimo sentimento. Amo ouvir músicas com as quais consigo me conectar e tenho certeza que muitas pessoas podem sentir esse tipo de conexão com o álbum. Todo mundo passa por dias ruins e, às vezes, tudo que precisamos é ouvir uma música que nos diga que vai ficar tudo bem. Funciona para mim. Algumas faixas, como “Drown In My Mind”, são muito pessoais, mas esse era o objetivo do álbum. Ser algo que transmitisse honestidade.
Not Dead: Fale um pouco do processo criativo... Janick: O álbum é basicamente o resultado de músicas que escrevemos ao longo dos anos. Algumas foram feitas há uns quatro anos. Compusemos cerca de quarenta faixas, pois queríamos ter certeza de que tínhamos o suficiente para poder fazer uma seleção das melhores.
Not Dead: Ficamos sabendo que “California” foi escrita pelo Simple Plan. Como a música foi parar nas mãos de vocês? Existem outras colaborações no álbum? Janick: Há muitas canções com tom mais maduro e pesado, mas nós somos fãs do pop-punk clássico e animado. Essa música se destaca das demais, mas ao mesmo tempo é muito divertida de ouvir e tocar. A letra é basicamente sobre alguém que cansou e quer jogar tudo pro ar e ir para a Califórnia. Foi escrita pelo Pierre e Chuck. Na época, eu escrevi para o Chuck pedindo indicações de quem poderia me ajudar com as composições e ele me mandou essa música que eles tinham gravado com o produtor John Feldmann, mas que não se encaixava com o que eles estavam produzindo e decidiram passar para nós. Eu agradeço por isso. Nós gostaríamos de colaborar com eles no futuro e acho que isso vai mesmo acontecer. Quem também colaborou com o disco foi o Paul Mark do Silverstein, que co-escreveu tudo.
Not Dead: Aproveitando a deixa, como você está a cena de pop-punk canadense atualmente? Janick: Aqui em Montreal está bem ruim. O único jeito de descobrir bandas novas é pelo Spotify, Apple Music ou YouTube. Não existe uma cena punk em Quebec, eu acho, e, se existe, é muito pequena.
Not Dead: Voltando a falar de “Waves”, qual música você diria que se sobressai? Para nós, é “Chasing Feelings”. Ela pode ser o indicativo de mudanças no futuro? Janick: Eu também diria que “Chasing Feelings” é a que se destaca. Nós tentamos algo novo com ela e o resultado foi ótimo, os fãs parecem gostar muito. E acho que pode ser a direção que queremos seguir no próximo álbum, mas ainda não chegamos lá.
Not Dead: Sobre essas mudanças, temos a sensação de que as bandas estão caminhando nessa direção de manter as raízes do pop-punk e, ao mesmo tempo, explorar outros gêneros. Qual sua opinião? Janick: É exatamente isso que penso. Nós amamos rock alternativo e pop-punk. Acho que a música evolui e nós queremos crescer como banda. Então, é isso. Queremos manter nossas raízes e explorar novos territórios também. Acho que tudo no gênero já foi criado e nós não queremos fazer mais do mesmo, queremos criar algo bom e diferente.
Not Dead: Como vocês decidem quais serão os singles e os conceitos dos clipes? Janick: Basicamente, nos reunimos e conversamos sobre quais músicas mais amamos e por que sentimos que elas devem ser singles. A que recebe mais votos é a escolhida. É claro que nós temos que ter certeza que nosso empresário e a gravadora concordam e sentem o mesmo. Quanto ao clipes, nós temos sorte de conhecer muitas pessoas talentosas em Montreal e eles criam ótimos conceitos. O grupo se chama Revox e, além deles, temos um amigo que nos acompanha na estrada, registra os shows e é muito bom em edição.
Not Dead: Falando nisso, o que você pode nos contar sobre os bastidores de “All The Same” que os fãs não saibam ainda? Janick: Acho que tudo que já foi dito sobre esse vídeo, mas, basicamente, é o qual nos mais nos empenhamos. Eu fiz aulas de atuação e nós tivemos cerca de quinze locações diferentes. Foi muito trabalhoso mas valeu o esforço. E foi também muito estranho beijar duas garotas diferentes sendo que eu tenho uma namorada...
Not Dead: Nós gostaríamos de saber como tem sido trabalhar com a Hopeless… Janick: Tem sido bom. Nós temos muita liberdade e eles são pessoas muito legais que realmente querem entender o que queremos fazer e onde queremos chegar.
Not Dead: E quais são os próximos passos? Janick: Uma turnê mundial! Nós queremos divulgar nossa música, queremos que as pessoas nos descubram, nos ouçam, e o melhor jeito é tocar com bandas que são relevantes e em mercados que podem ser ótimos.
Not Dead: E, finalmente, vocês têm planos para vir ao Brasil? Janick: Sim, esperamos que em breve! O país parece lindo e sabemos que há pedidos para que a gente toque aí. Nós adoraríamos!
Agora, resta esperar e decorar cada faixa de “Waves”, caso você ainda não tenha feito isso. O que você achou da entrevista e do debut dos caras?
Comentários