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Coisas que toda banda deveria aprender com o Green Day

Gabrielli Salviano

Há alguns dias, a turnê de “Revolution Radio”, do Green Day, deixou o Brasil. Sinceramente, tudo que a gente mais queria era que a banda fizesse uma série de shows dessa todo mês em nossas capitais! Mas, de volta a realidade, sabemos que isso é impossível - principalmente levando em consideração que os caras demoraram 10 anos para voltar ao nosso país.

E, então, nos resta alguns vídeos, fotos e textos para matar a saudade dessa sequência de apresentações matadoras que rolaram em nossas arenas. Por isso, o Not Dead! decidiu relembrar o melhor show de nossas vidas com essa lista que só comprova que o Green Day faz escola no pop-punk.

Selecionamos algumas lições que a banda dá para bandas em geral, com base na apresentação que vivenciamos em São Paulo. Confere aí e diga pra gente se você concorda!

Bandas, por favor, interajam com os fãs!

Não sei vocês, mas, particularmente não curto ir em shows em que a banda pouco se impressiona com a energia da plateia e que nada disso interfere no jeito que os integrantes de portam dante o público.

Sabe, banda de robô que sobre ao palco, toca algumas músicas no modo automático e vai embora? Definitivamente, esse tipo precisa aprender com o Green Day. Os americanos interagem com a plateia a cada momento e deixam claro no palco o quanto estão felizes e são sortudos por terem bons fãs. Prêmio de miss simpatia vai para eles!

Músicos, vocês são responsáveis por segurar a plateia até a última música

Temos que aplaudir de pé uma banda que consegue manter seu público interessado até a última música do show, principalmente levando em conta que, hoje em dia, a maioria das pessoas prefere ver uma apresentação pela tela do celular.

Billie Joe Armstrong tira isso de letra, primeiro, dando uma bronca em uma parcela sem noção da galera, e segundo, não deixando a energia dos fãs cair em nenhum momento. O frontman incentiva coros, palmas e gritos. Tem também o terceiro ponto: setlist interessante, mas depois falamos mais disso!

Grande ou pequeno, seu show deve ser intimista

Esse é de longe o fato que mais me deixou perplexa com a apresentação. Mesmo entre 25 mil pessoas e sem enxergar muita coisa, me senti em um clube pequeno vendo o Green Day.

E aí, fica a dúvida: como uma banda faz um show de arena ser intimista? Dá pra fazer isso? Sim! Os caras interagem com o público o show todo e ainda trazem fãs pra cima do palco (que descem pra galera do único jeito possível: mosh) e incentivam circle pit pela pista.

Cada vez que uma banda faz um setlist ruim, uma estrela morre

Agora sim, a escolha das músicas! O Green Day prova que não é porque você é uma banda cheia de álbuns bem sucedidos, com vários hits emplacados nas paradas e com muito dinheiro, que isso significa que você deve fazer um show previsível.

O setlist de São Paulo foi cheio de surpresas, com músicas que os caras não tocavam há anos e que muitos fãs duvidavam que fossem ouvir ao vivo na vida. É claro que rolaram muitas faixas da massa, mas muita coisa ficou de fora e não fez falta.

Se não for pra se divertir no palco, nem toque!

Mais uma lição de Billie Joe, Mike Dirnt e Tré Cool: divirta-se no palco, o público agradece. Isso é o que o Green Day mais faz, além de correr para todos os cantos e mostrar que os integrantes ainda tem muita química entre si. O resultado é um clima de família que transcende o palco.

Outra coisa que colabora para esse clima de diversão é o espetáculo em si: fogos, telões, convidados, fantasias… E você nem precisa de uma megaprodução para isso: um bandeirão no fundo do palco com o nome da banda, mas com músicos criativos à frente já faz toda a diferença!

Mesmo depois de tudo isso, a qualidade musical importa

Para encerrar: algumas pessoas podem discordar, mas o Green Day ainda soa muito bem ao vivo, principalmente em comparação com outras bandas do gênero que explodiram na mesma época. Depois de décadas à frente do microfones, a voz de Billie Joe ainda se garante e isso é um trunfo.

Outra coisa que vale é a unidade musical da banda, que mesmo tendo mudado e evoluído sonoramente, ainda deixa claro que as veias punk pulsam.

Você foi ao show do Green Day? O que achou da apresentação?

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