Em fevereiro de 2016, começava o luto pelo fim de uma das bandas mais favoritas do pop-punk: o We Are The In Crowd. Pra refrescar a sua mente, a banda tocava um pop-punk genérico, mas que agradava muita gente, principalmente quem curtia muito All Time Low, The Maine e Mayday Parade no auge de todas essas bandas.
Mas, não era no pop-punk comum, com letras sobre amor ou superação que morava o diferencial do We Are The In Crowd. O que marcava a banda eram os microfones divididos por Taylor Jardine e Jordan Eckes. Em cada música, os dois conduziam letras cheias de storytelling e diálogos internos, o que enriquecia ainda mais as músicas românticas ou desiludidas tão clichês.
É claro que com características tão fortes e únicas, o We Are The Crowd virou uma sensação na cena pop-punk. A banda lançou um EP e dois álbuns que não saíam das playlists de ninguém. O feat. com Alex Gaskarth em “Kiss Me Again”, só elevou o sucesso da banda. Os americanos até chegaram a tocar no Brasil duas vezes, em shows bem die-hard.
No entanto, o We Are The Crowd chegou ao fim - ou como a banda diz, mas não acreditamos, a um hiato. A banda encerrou suas atividades no seu auge, quando seu som tinha atingido o auge da qualidade. A teoria do Not Dead! é que tanto Taylor quanto Jordan sentiram a necessidade de explorar a sua singularidade em outros projetos pessoais, até porque não deu outra…
Taylor Jardine iniciou uma carreira solo e desbravou o lado do pop em Sainte, levando o baixista Mike Ferri e um dos guitarristas, Cameron Hurley, consigo. Já Jordan teve uma participação musical mais tímida tocando em uma banda ou outra, ou atuando no backstage, mas nunca com um projeto em que liderasse. Enquanto isso, o baterista Rob Chianelli virou um instagramer de sucesso, por trás do perfil de Doug, The Pug.
Enfim, esse histórico é só para levar a uma conclusão: os integrantes do We Are The In Crowd estão mais satisfeitos e interessados em seus projetos atuais do que na banda que deixou tantas viúvas.
É hora de superar esse luto. Por isso, vamos apresentar a você o Hot Milk - a única banda que foi capaz de usar as mesmas referências do We Are The In Crowd em um som divertido e original.
Conheça o Hot Milk
Com uma estrutura tão profissional, clipes tão bem produzidos e com tantos shows agendados, é engraçado pensar que o Hot Milk é uma banda que surgiu no ano passado, em Manchester. A banda é formada por Jim Shaw e Hannah Mee nos vocais e guitarras, fazendo o tal do dueto, além de Tom Paton no baixo e Harry Deller na bateria.
A banda conta que iniciou sua história a partir da amizade entre Jim e Han, que se conheceram em um bar, em 2016. A conexão entre os dois foi imediata a ponto dos amigos começarem a morar juntos desde então. Embalados por violões e garrafas de vinho, Jim e Han passaram a compor músicas juntos, o que seria o embrião para iniciar o Hot Milk. A banda se classifica como artistas que cantam músicas tristes com melodias felizes, que celebram a vida real.
O Hot Milk debutou em janeiro com o single “Awful Ever After”. Segundo a vocalista, a música é sobre a resistência em momentos de tristeza, que termina com uma mensagem de autoafirmação, de que você consegue se virar bem sozinho e dar a volta por cima. Ouça:
Com “Awful Ever After” o Hot Milk conseguiu uma posição de destaque: foi uma das atrações de abertura de uma turnê europeia com o You Me At Six. A ascensão meteórica promete mais para a banda. Ainda neste ano eles vão tocar no Download Fest e também no Reading e Leeds Festival.
Outra música que também ajuda a entender a sonoridade “emo-powerpop” do Hot Milk é “Take Your Jacket”, uma faixa divertida sobre um término, com um clipe bem colorido. Escute:
As duas faixas fazem parte do EP “Are You Feeling Alive”, que tem lançamento previsto para 3 de maio. A banda ainda não faz parte de nenhum selo e o trabalho será divulgado de forma 100% independente.
O que você achou do som dos ingleses? Deu pra superar o fim do WATIC?
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