Vou começar esse texto dizendo que não consegui ver muita coisa do show do Four Year Strong. O motivo? Muitas (mas MUITAS) rodas e stage diving. Mas assim que é bom, não é? Significa que a apresentação foi foda e que o público respondeu bem.
Foi esse o clima que rolou no show que a banda fez em São Paulo, da tour em comemoração dos 10 anos de lançamento do “Rise Or Die Trying”, um disco que merecia ser tocado na íntegra. As 11 músicas que fazem parte do trabalho são cheias de coros, peso e refrões grudentos que funcionam muito bem ao vivo.
Mas antes de falar da segunda apresentação do Four Year Strong no Brasil, vamos te contar o que rolou antes do show.
Abertura
Com a casa já bem cheia e no clima, por causa de uma playlist muito boa (que contava com bandas como With Confidence, Angels And Airwaves e +44), a banda brasileira Never Too Late subiu no palco, com a responsabilidade de abrir o show de uma banda gringa.
O quinteto de pop-punk representou muito bem a ainda pequena cena brasileira e conseguiu se conectar com a plateia, ao longo dos 40 minutos de set. Entre sons autorais e covers, dava para perceber o público interagindo melhor a cada nova música tocada, por mais que o vocalista, Gustavo, brincasse no palco ao assumir que ninguém ali conhecia o Never Too Late direito.
A carta que eles trouxeram na manga foi um cover de “All Downhill From Here”, do New Found Glory. Isso porque na primeira passagem do Four Year Strong no Brasil, os americanos abriram o show dos caras. O que conta a favor também é o fato do Never Too Late ser uma banda cover de NFG nas horas vagas.
Outro cover que rolou na apresentação foi “Late Nights In My Car” do Real Friends. Rolou até um pedido do palco para que a Solid, produtora do evento, trouxesse também um show deles para o Brasil. Seria incrível!
Mas o que mais vale destacar na apresentação dos paulistanos foi a música “Opposite Ways”. A letra fala que os caras tocam por paixão e não por dinheiro. Antes da faixa, o vocalista deixou um recado muito importante: o de se apoiar a cena independente de pop-punk. Ela está crescendo aos poucos, e como visto, essa paixão pode levar bandas para muito longe. Never Too Late que o diga!
Four Year Strong
Se a Jai Club já estava bem cheia durante a abertura, ela conseguiu ficar entupida na apresentação do Four Year Strong. Já na primeira música, que só tem pouco mais de um minuto, a plateia já estava pronta para o festival de stage divings e rodas.
Um ponto fraco do início do show foi uma sequência de falhas técnicas no som. Em “Abandon Ship or Abandon All Hope”, por exemplo, não dava para escutar a voz de Alan Day, um dos vocalistas da banda. Mais para frente esse problema foi corrigido.
As 11 músicas foram tocadas na mesma sequência do álbum e parecia que ninguém ali embaixo estava cansado, por mais que até as paredes estivessem úmidas de tanto suor e calor no mesmo metro quadrado. Na saideira do álbum, “Maniac (R. O. D.)”, deu para comprovar isso. A pedido da banda, uma roda tomou conta de boa parte da pista e permaneceu girando durante quase toda a duração da música.
E por mais que a gente goste do “Rise Or Die Trying”, ainda bem que a banda não tocou apenas músicas desse álbum. Rolaram ainda mais alguns sons de outros discos. A energia continuou no topo durante essa fase do show, mas nada se comparou até então à apresentação de “Wasting Time (Eternal Summer).
Durante a faixa, os caras disseram que quem soubesse a letra deveria subir ao palco para cantar com eles. O resultado foi um palco tão cheio, mas tão cheio, que tinha gente literalmente pendurada. Era tanta gente, que durante algumas partes não consegui ouvir as guitarras porque imaginei que não houvesse espaço para trocar de nota. Era tanta gente, que o baixista Joe Weiss ficou batendo a cabeça na caixa de som do teto.
Meet And Greet
Tudo tinha ido bem até então: boa organização, shows com poucos minutos de atraso, problemas técnicos pontuais. Mas na hora do meet and greet para os fãs que conseguiram comprar os 50 primeiros ingressos, a coisa perdeu um pouco o controle.
A maioria dos fãs que estavam sem a pulseira de identificação ficou dentro da casa. Em parte, não foi culpa de ninguém. A casa exigia o pagamento de uma comanda de consumo e essa fila estava bem grande. Até por conta da dificuldade de dissipar o público, quem ficou para o meet and greet teve que esperar pelo menos 20 minutos para que a sessão de fotos começasse.
Na hora da foto, uma decepção: não havia fotógrafo profissional. Teve gente que saiu decepcionada com a qualidade da foto. Sem falar na demora, já que os organizadores tiveram que tirar uma foto pelo celular de cada fã que passava por lá. Um clique profissional teria resolvido tudo.
Setlist:
1 - The Takeover
2 - Prepare To Be Digitally Manipulated
3 - Abandon Ship Or Abandon All Hope
4 - Heroes Get Remembered, Legends Never Die
5 - Wrecked 'em, Damn Near Killed 'em
6 - Catastrophe
7 - Men Are From Mars, Women Are From Hell
8 - Bada Bing! Wit' A Pipe!
9 - Beatdown In The Key Of Happy
10 - If He's Here, Who's Running Hell?
11- Maniac (R.O.D.)
12 - We All Float Down Here
13 – Find My Way
14 – What The Hell Is A Gigawatt?
15 – One Step At A Time
16 – Wasting Time (Eternal Summer)