“The world is a funny place, it kicks you when your down and knocks you out when you get up again”. Talvez essa seja uma boa frase para descrever a apresentação do Neck Deep em São Paulo, no Fabrique Club. Afinal, não faltaram stage dives e rodas, que levaram algumas pessoas para o chão. Literalmente!
A apresentação dos galeses estava cercada por muita expectativa e ansiedade. A redação do Not Dead! se inclui nessa! Por isso, nós vamos começar esse texto dizendo que não foi possível tirar fotos ou fazer vídeos decentes pois estávamos ocupadas recebendo todo o impacto da The Peace And The Panic Tour.
Depois de muita espera, São Paulo recebeu os caras com sold out e fez o Fabrique ficar pequeno. Cada uma das quase 900 pessoas aproveitou cada segundo da noite, desde o show dos caras do Dinamite Club ao “até logo” de Ben Barlow, no final da apresentação.
Dinamite Club
Nada de público desanimado na apresentação de abertura! Os paulistas do Dinamite Club foram recebidos tão bem pelo público que nos deixou impressionadas! A interação entre a banda e a galera foi em outro nível e, com certeza, renderá boas coisas para os integrantes.
Desde a primeira música, “Scott Pilgrim”, pudemos sentir que a noite seria daquelas que ninguém esquece. Quem já conhecia o trabalho dos caras cantava a plenos pulmões e fez a banda entregar um show ainda mais animado. Algumas pessoas agitaram tanto, que rolaram alguns circle pits em “YOLO”, umas das primeiras músicas do set.
Além de animação, o show foi carregado de emoção. A banda não subiu ao palco como um trio, como fez no Rio de Janeiro. Da primeira até a última faixa, os caras tocaram com seu guitarrista Leon Martinez, que atualmente luta contra um câncer na língua. Ele emocionou todo o público quando fez um discurso antes da faixa “Você É Maior”, o que fez com que o conteúdo da letra se mostrasse ainda mais impactante do que já é.
Outro momento de Leon que nos deixou com lágrimas nos olhos, foi durante a faixa “Puro”. O guitarrista cantou os backings do verso “Vou cantar, gritar, sussurrar, vou tocar em cada lugar que eu chegar/Tenho certeza que aqui é meu lugar” com tanta verdade que deixou cada pessoa da plateia (e da banda) emocionada.
Também ressaltamos o cover de muito respeito de “Slow Burn”, do State Champs. Além de ser um spoiler da tour dos americanos no Brasil, que foi anunciada após o show do Dinamite, a música ganhou espaço no Instagram de Sam Bowden, guitarrista do Neck Deep, que registrou tudo e marcou a banda dos amigos.
Os únicos pontos negativos que notamos foram algumas falhas no microfone de Leon, assim como alguns stage dives que acabaram bem mal, com a galera no chão sem qualquer aviso.
Mas, diante de uma plateia tão envolvida e de uma apresentação tão emocionante, é claro que o show do Dinamite ficou para a história. Os caras até levaram uma equipe de filmagem para registrar tudo o que aconteceu. As imagens vão fazer parte de um novo clipe que os caras pretendem lançar em breve. Já queremos assistir!
Neck Deep
A onda de energia que dominou o Fabrique nos primeiros acordes de “Happy Judgment Day” foi surreal. No mesmo segundo em que a primeira música do Neck Deep começou, depois de vinte minutos de atraso, a casa veio abaixo! O Brasil, de fato, precisava de um show dos caras!
O primeiro refrão nem havia chegado e os stage dives começaram a rolar. O show emanava tanta energia que nem parecia ser uma das últimas datas da turnê mundial dos caras. Apesar de estarem em uma tour cansativa, o Neck Deep não se abalou e estava on fire! Já na primeira interação de Ben com a plateia, era notável que o frontman estava feliz em estar ali, tanto que ele acabou se atrapalhando e mandando um “Oi Rio”. Ops!
Na sequência, foi a vez de sons cuja a escolha só pode ter sido feita como resposta aos muitos pedidos de “come to Brazil”. Neck Deep nos presenteou com “Lime St.”, “Gold Steps”, “Motion Sickness”, “What Did You Expect” e "Kali Ma".Faixas rápidas, enérgicas e que passam por todas as fases da discografia que fizeram a galera perder a cabeça! Foram tantos stage dives, que Ben precisou dar um pequeno puxão de orelhas em algumas pessoas.
Aliás, se tivéssemos que apontar um ponto baixo, seria, sem dúvidas, a postura de alguns fãs. Os anos de espera fizeram com que algumas pessoas se animassem além da conta, mas existia um limite que deveria ter sido respeitado. Vimos alguns querendo fazer selfies no palco, que foram tirados pela equipe dos caras, além de cenas de outros roubando palhetas do pedestal.
Para nós, o momento é de diversão, assim como para os caras. Mas não é só isso! O palco é o espaço de trabalho da banda e, em diversos momentos, vimos que o caos deixou alguns integrantes pouco à vontade.
Mesmo com esses problemas, o show seguiu como a gente sempre esperou e a equipe garante que a recepção brasileira deixou os caras impressionados e felizes. Para quem assistia, depois de ontem, só ficou mais claro que o Neck Deep é a maior banda que representa o pop-punk na atualidade. Tecnicamente falando, os caras estavam afinadíssimos!
Enquanto a set rolava, Dani decidiu que sua missão na noite era tocar muito e colocar fogo na pista do Fabrique. Em pelo menos três músicas, foi ele quem incitou a galera a formar circle pits. O baterista deve ter ficado orgulhoso da roda imensa que se formou na explosão de “Serpents”, que tomou quase toda a extensão da plateia.
Quem acompanhou as informações e posts sobre a apresentação no Rio de Janeiro, sabe que rolou participação especial de um fã em “Don’t Wait”. É claro que em São Paulo não foi diferente. A produção inclusive já estava preparada e com um microfone extra pronto para o fã que zerou a vida e mandou muito bem! O que ninguém podia sequer imaginar é que Ben escolheria essa, entre todas as faixas da set, para colocar em prática uma habilidade recém adquirida: a famosa sarrada no ar! Olhem isso:
Depois de mais essa porrada em forma de música, foi a hora de “acalmar” um pouquinho com “Parachute”, “In Bloom” e “December”. Essa hora também foi a deixa que Ben usou para pedir que a galera segurasse os ânimos antes da pausa que antecede o encore. A melhor parte foi que os caras adicionaram um som que não podia faltar: o primeiro hit de verdade da banda, “A Part Of Me”, que não estava oficialmente no set.
Quando retornaram ao palco, foi para detonar tudo de vez. A primeira música foi “Can’t Kick Up The Roots”, seguida por “Serpents”, que você já sabe que foi insana! Para terminar com chave de ouro uma noite que nós gostaríamos que durasse muito mais eles mandaram “Where Do We Go When We Go”. O refrão foi entoado em coro, como merece ser. Afinal, fechar a noite cantando aos berros o verso “Pain, pain, go away, come back another day” é para lavar a alma de qualquer pessoa!
Ao final, eles se despediram agradecendo cada um que estava presente e firmaram uma promessa de que vão voltar. Na pista, com boa parte da plateia molhada de suor, ficou claro que todo mundo ali aproveitou cada segundo.
De São Paulo, a banda caiu na estrada para Curitiba, onde se apresenta hoje. Em seguida, a tour mundial de “The Peace And The Panic” chega ao fim em Porto Alegre.
Você gostou do show?
Setlist
Dinamite Club “Scott Pilgrim” “Stop Making Stupid People Famous” “Você É Maior” “YOLO” “Não Dá Pra Ganhar Todas” “Mim Acher” “Significa” “Quem Tem Boca Vai Pro Inferno” “Nada É Só Bom” “Puro” “Slow Burn” (cover de State Champs) “Santa Cecília” “Substituindo” “Obrigado” “Contra O Mundo”
Neck Deep “Happy Judment Day” “Lime St.” “Gold Steps” “Motion Sickness” “What Did You Expect?” “Kali Ma” “Rock Bottom” “Citizens Of Earth” “Don’t Wait” “Parachute” “In Bloom” “December” “A Part Of Me” “Can’t Kick Up The Roots” “Serpents” “Where Do We Go When We Go”
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